O MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) denunciou à Justiça do Distrito Federal, nesta quarta-feira, dia 11 de junho, o atacante do Flamengo Bruno Henrique por suposta participação em um esquema de fraude esportiva e estelionato contra casas de apostas online.
Segundo o MPDFT, Bruno Henrique, enquanto atleta profissional do Clube de Regatas do Flamengo, "praticou deliberadamente atos para ser punido desportivamente com o cartão durante partida disputada contra o Santos", em novembro de 2023.
O inquérito afirma que a conduta do jogador viola a integridade do esporte, a ética desportiva e o direito dos consumidores. Outras oito pessoas foram denunciadas por envolvimento no suposto esquema.
Procurada, a defesa do jogador informou que "no momento, não vai se manifestar". O caso segue em tramitação na 7ª Vara Criminal de Brasília.
O que diz a denúcia
Segundo o Ministério Público do Distrito Federal, Bruno Henrique teria combinado com o irmão, Wander Nunes Pinto Junior, que forçaria um cartão amarelo no jogo entre Flamengo e Santos, no dia 1º de novembro de 2023, no Estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Ainda de acordo com a denúncia:
O jogador forçou o cartão nos minutos finais da partida, conforme prometido, e familiares e amigos teriam apostado nesse resultado em plataformas de apostas.
Bruno Henrique foi denunciado por fraude a evento esportivo, por ter praticado diretamente o ato durante a partida.
Um acordo de não persecução penal (ANPP) ao jogador foi recusado. A promotoria entendeu que o benefício seria insuficiente diante da gravidade do caso.
Para os promotores, Bruno tinha plenas condições de se manter afastado do crime, e era esperado que atuasse como exemplo de conduta esportiva.
A denúncia também aponta que não há como "abrandar a conduta criminosa" de Bruno e do irmão, diante do planejamento e execução do ato
Além disso, uma decisão branda poderia estimular fraudes e jogos de azar, especialmente por ele ser um atleta de grande visibilidade.
"É indivíduo tido como modelo de profissional bem-sucedido por torcedores, amantes do futebol, incluindo um contingente enorme de crianças e jovens que perseguem o sucesso alcançado por ele dentro e fora das quatro linhas e que nele veem um exemplo a ser seguido", diz a denúncia.
O MP pede que a Justiça determine o pagamento de uma fiança de R$ 2 milhões para que, em caso de condenação, o valor seja usado como indenização por danos morais coletivos.
A fiança foi solicitada devido ao risco de ele não comparecer aos atos do processo, já que, segundo o MP, tem possibilidade de deslocamento frequente pelo mundo.
A fiança é uma caução prestada em favor do réu, depositada em Juízo
O MP requisitou ainda levantamentos preliminares sobre possíveis fraudes envolvendo apostas em competições de cavalos.
Quem são os denunciados
Bruno Henrique Pinto
Jogador do Flamengo, acusado de provocar intencionalmente um cartão amarelo para beneficiar apostas.
Wander Nunes Pinto Junior
Irmão de Bruno Henrique, apontado como instigador e executor de apostas com base em informação privilegiada.
Ludymilla Araujo Lima
Companheira de Wander, cedeu dados para apostas fraudulentas.
Poliana Ester Nunes Cardoso
Prima de Bruno Henrique, realizou aposta com base na informação privilegiada.
Claudinei Vitor Mosquete Bassan
Amigo de Wander, disseminou a informação e organizou apostas com outros envolvidos.
Rafaela Cristina Elias Bassan
Companheira de Claudinei, cedeu conta para apostas.
Henrique Mosquete do Nascimento
Irmão de Claudinei, também apostou com base na informação.
Andryl Sales Nascimento dos Reis
Amigo do grupo, realizou múltiplas apostas e interagiu com os demais sobre os lucros.
Max Evangelista Amorim
Apostador que comemorou o ganho em áudios, também ligado ao grupo.